Após conflitos com governos e grupos sociais, comediantes famosos manifestaram suas opiniões sobre liberdade na comédia.
Segundo Margot Berthold, no livro História Mundial do Teatro, a história da comédia apresenta diversos conflitos políticos e sociais. A autora destaca os dramaturgos do período de Sócrates, especialmente Aristófanes, um famoso escritor de teatros que zombava de políticos, filósofos, deuses e muitos outros elementos da cultura grega.
Ao se tornar alvos de piadas e zombarias, muitos governos e grupos sociais agiram contra comediantes de suas épocas.
Um dos casos mais conhecidos nesse sentido é a censura nazista contra comediantes que fizessem piadas com Hitler, episódio condenado e zombado por Charlie Chaplin no histórico filme O Grande Ditador, de 1940.
Comediantes contra a censura
Nesse contexto, comediantes como Charlie Chaplin, Mr. Bean, Ricky Gervais, criador de The Office, e John Cleese, co-fundador do grupo Monty Python, e muitos outros se manifestaram contra o que entendiam ser limites exagerados contra a liberdade de expressão na comédia.
Confira suas principais falas:
“Hynkel, o ditador, governou a nação com mão de ferro. A liberdade foi banida, a liberdade de expressão foi suprimida e somente a voz de Hynkel era ouvida. (…) Os ditadores libertam a si mesmos, mas escravizam o povo! Lutemos para libertar o mundo”, Charlie Chaplin (1889-1977) no filme O Grande Ditador (1940).
- Mr. Bean:
“O problema claro em criminalizar o insulto é que coisas demais podem ser interpretadas como tal: crítica, ridicularização, sarcasmo, meramente emitir um ponto de vista alternativo à ortodoxia”, disse em uma declaração em 2012, segundo o jornal inglês Daily Mail.
Em uma entrevista à Radio Times, Rowan Atkinson, o Mr. Bean, descreveu ativistas do cancelamento como o equivalente digital de um turba medieval vagando pelas ruas em busca de alguém para queimar.
- Ricky Gervais, criador da série The Office:
“Só porque você está ofendido, não significa que você está certo”.
- John Cleese, cofundador do Monty Python:
“A ideia de que você precisa ser protegido de qualquer tipo de emoção desconfortável é uma ideia à qual eu definitivamente não me subscrevo”.
Brasil Paralelo.