Os números são alarmantes e revelam uma situação preocupante na Bahia: quase metade das casas no estado não possuem rede de esgoto, enquanto mais de 770 mil residências não têm acesso a água potável. Os dados, coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) em 2022, expõem a deficiência no saneamento básico e seus impactos negativos para a população.
Saneamento básico insuficiente no estado
Mais de 1 milhão e 900 mil casas na Bahia não possuem rede de esgoto. Isso representa 40,5% das residências baianas que possuem algum tipo de banheiro.
A coleta por rede geral ou fossa séptica é o serviço de saneamento básico com menor cobertura no estado.
Carência de água potável
Além da falta de rede de esgoto, 771 mil imóveis baianos não têm acesso à água potável.
O serviço de abastecimento de água na Bahia chega a 84% das casas, um percentual abaixo da média nacional, que é de 85,5%. Essa cobertura mostra uma tendência de queda, já que em 2016, a rede de abastecimento chegava a 85,3% dos domicílios. O abastecimento precário de água afeta não apenas as áreas rurais, mas também a capital do estado.
Impactos sociais e econômicos
A ausência de saneamento básico tem inúmeros efeitos negativos para a sociedade baiana. Incidência de doenças relacionadas à falta de saneamento, como as entéricas, é uma preocupação grave. O atraso na educação e altas taxas de desemprego também são consequências diretas da falta de saneamento. Esses problemas afetam o desenvolvimento socioeconômico da região.
Segundo a ONU — Organização das Nações Unidas, cerca de 15 mil pessoas morrem por ano acometidas por doenças ligadas ao saneamento básico no Brasil. No Nordeste, as doenças entéricas, por intoxicação ou infecção alimentar, são os principais problemas de saúde causados pela ineficácia do saneamento.