“A universidade se democratizou, teve mais acesso a estudantes das classes populares, mas o orçamento foi reduzido drasticamente. Lutar pela recomposição orçamentária é lutar pelo direito à permanência desses estudantes”, afirma Rodrigo Pereira, professor da Faculdade de Educação da UFBA.
A mobilização ocorrerá em todo o país no mesmo dia de uma nova reunião entre os grevistas e o governo federal, buscando reabrir as negociações sobre a pauta salarial e reivindicar a recomposição orçamentária das instituições.
“O Movimento Docente quer negociar. Queremos um acordo que seja justo, que leve em consideração a difícil conjuntura que vivemos, mas que tenha como base o cumprimento das promessas de campanha”, afirma o professor Henrique Saldanha, do Instituto Multidisciplinar Reabilitação e de Saúde (IMRS) da UFBA. “A ausência de recursos para o custeio básico e para investimentos em infraestrutura, somada a um arrocho salarial que fez com que as perdas salariais desde 2016 ultrapassem os 30%, resultou na eclosão da greve nacional da educação”, explica Saldanha.
O acordo sobre salários, assinado no último dia 27 pela Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) com o governo federal, foi amplamente rejeitado pelas assembleias docentes em todo o país, incluindo as universidades e institutos organizadores do ato na Bahia. No acordo, o governo propôs reajuste zero para 2024, enquanto os docentes exigem a reposição das perdas inflacionárias.
O ato da manifestação é organizado pelo comando de greve docente da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR), o Sindicato Docente da Universidade Federal do Sul da Bahia (SindiUFSB), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica Profissional (SINASEFE), com suas representações no interior e na capital. O evento também conta com o apoio da Apub (Sindicato dos Professores das Instituições de Ensino Superior da Bahia) e da Aduneb (Associação de Docentes da Universidade do Estado da Bahia), que está em mobilização junto com as demais universidades estaduais.
Foto Reprodução/APUB